CATÓLICOS do OESTE – “Quem é Jesus para ti?”

catolicos-do-oeste-e1480525558952Há dias celebrei nas Caldas da Rainha o Baptismo de uma menina de quatro anos, para grande alegria especial da sua avó. Na realidade, a Constança foi apresentada à Igreja pelos seus pais, no compromisso de a educarem na fé cristã, mas vi algumas lágrimas em alguns rostos, percebendo o quanto significava este passo na vida daquela menina e de seus pais.
Sabemos que hoje, lamentavelmente, nem todas as famílias têm uma prática cristã que seja coerente com o estilo de vida que levam, afastadas da Igreja e do Amor de Deus. Daí que seja tão necessária a nossa oração, para que iluminados por Cristo, sejamos todos arautos da alegria de sermos cristãos, podendo referenciar-nos – pelo sacramento do Baptismo – como filhos de Deus.
O nosso amigo Pe. Batalha da paróquia de Ribamar, Lourinhã, escrevia recentemente no seu jornal O FAROL que cada domingo é o próprio Jesus que nos pergunta «tu, quem dizes que Eu sou?». A mensagem centra-se em Cristo e na Igreja, à volta dos quais se constrói e se estrutura toda a existência cristã.
No Evangelho de S. Mateus (Mt 16, 13-20) Jesus pergunta-te: Tu que dizes de Mim? Ele convida os discípulos a aderirem a Jesus e a acolherem-n’O como Messias, Filho de Deus. Dessa adesão nasce a Igreja – comunidade dos discípulos de Cristo convocada e organizada à volta de Pedro.
A missão da Igreja é dar testemunho da proposta de Salvação trazida por Jesus.
À Igreja e a Pedro é confiado o poder das chaves, ou seja de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os seus ensinamentos aos desafios de mundo e de acolher na Comunidade todos os que aderem à proposta de Salvação que Jesus oferece.
Cada domingo somos colocados diante do Senhor. Jesus pergunta-nos: E tu quem dizes que Eu sou?
Não basta saber o que os outros dizem de Jesus. Importante é a tomada de posição pessoal.
Senhor, dizemos que és Deus, mas seguimos outros deuses: o poder, o prestígio, a eficácia, o dinheiro, a saúde, a casa, as coisas, o descanso… Dizemos que és Pai, mas vivemos como órfãos: tristes, desorientados, angustiados, cansados, indiferentes ao outro, como se ele não fosse irmão.
Sem dúvida que Cristo Ressuscitado é a nossa esperança. Ele assegura que não abandona os seus discípulos. Não nos deixa órfãos: «Estarei sempre convosco!» Como diz o salmo 102: «O Senhor encoraja os desanimados e dá a mão aos feridos”.
Será bom apreciar o que é que Jesus diz de Si mesmo: «Vinde a Mim todos vós que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei… e aprendei de Mim…», «Eu sou o Caminho, a Verdade e Vida…», «Eu sou a Luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a Luz da Vida».
Como bem lembra o Senhor Cardeal Patriarca na sua recente carta aos diocesanos, há que fazer da Igreja uma rede de relações fraternas, o que requer maior conhecimento de Jesus, da sua mensagem de salvação e da Palavra de Deus, para bem vivermos os sacramentos que cada um pede à Igreja.
Este Ano Pastoral que vamos iniciar vai ser muito dedicado à Palavra de Deus, procurando que ela se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial. E assim, os pais e padrinhos que peçam o Baptismo para os seus filhos e afilhados poderão criar uma maior intimidade com a Palavra Revelada que é Jesus.

Diácono Romero
paroquiacaldasdarainha@gmail.com
Artigo de opinião publicado na Gazeta das Caldas na edição nº5191
Sexta-feira, 15 de Setembro de 2017