CATÓLICOS do OESTE | “Diakonia”

catolicos-do-oeste-e1480525558952A cidade de Caldas da Rainha vai gradualmente conhecendo o Diácono Permanente que está ao serviço da Paróquia, não tanto pela pessoa em si, mas pelo serviço que vai prestando à Comunidade e à Igreja local.

Então poder-se-á perguntar o que se espera de um diácono? Ele que não é um padre, mas que recebeu o mesmo sacramento – designado por sacramento da Ordem, no momento da sua Ordenação – confiando-se aos dons do Espírito Santo para o exercício do seu ministério. A ele, que normalmente terá a sua vida organizada tanto no plano familiar, como no profissional, é-lhe pedida uma intervenção junto dos mais fracos, dos mais vulneráveis (Pastoral Sócio-Caritativa); junto das famílias (Pastoral Familiar) porque a fé cristã não é um impedimento, mas sim uma ponte para o diálogo com os outros mundos e realidades. Mas ao diácono também é pedida uma intervenção catequética (Evangelização) porque é preciso mostrar a alegria da fé e dizer que temos uma ideia positiva a propor a um mundo que precisa de esperança.

A sociedade de hoje no geral já não se orienta pelos valores cristãos nem pela Igreja, mas há ainda muito de tradição que sustenta algumas decisões das famílias que vêm pedir o baptismo dos seus filhos, ou até de noivos que pretendem casar pela Igreja. E estas decisões têm de ser esclarecidas numa elevada atitude de compromisso.

Há que assumir que a fé cristã é esperança, porque possui uma causa, uma racionalidade, uma esperança cuja razão – a Pessoa de Jesus Cristo – podemos e devemos propor. Até porque é aqui que o diácono é chamado a fazer a síntese necessária entre diálogo e anúncio.

Um momento de “diaconia” (ministério do diácono) poderá ser a oportunidade de acompanhar os familiares enlutados, quando pedem o serviço religioso (celebração das exéquias) para aquele que terminou os seus dias entre nós. A dor é sempre maior quando a separação for mal entendida ou tomada com revolta.

É então aqui, sobretudo no confronto com a morte, ou com as incapacidades do fim da vida de tantos de quem se abeira, que o diácono se interroga interiormente se estará verdadeiramente preparado para responder sobre a razão da sua esperança, para dar testemunho da confiança que tem em Deus e no plano de Salvação que Ele tem para cada um de nós.

Como é importante o valor da Oração! A Igreja ensina-nos isso mesmo e é com grande coragem que cada um se confessa pecador, diante dos outros – e em voz alta – no início de cada missa. Como é importante compreender o significado da Missa, de cada celebração, do que representa cada gesto litúrgico! Na Paróquia das Caldas da Rainha tivemos 28 encontros ao longo de oito meses para explicar a Liturgia e tudo o que se relaciona com as celebrações religiosas. Porquê? Porque não há nada mais belo do que conhecer Jesus Cristo, celebrar a Sua Ressurreição e comunicar aos outros a Sua amizade.

Com efeito, o amor de Deus é-nos dado para que chegue também aos outros. E disso tomamos consciência pelas palavras de Nossa Senhora em Fátima aos pastorinhos.

No fundo, o serviço do diácono é exercido pela voz dos grandes valores cristãos, a qual está inscrita no seu ser, reconhecendo que a grandeza do seu serviço é precisamente a de não estar resignado, não estar fechado em si mesmo, nem reduzido às coisas materiais, mas procurando sempre ter uma abertura interior para as coisas essenciais.

Diácono José Paulo Romero
Paróquia de Caldas da Rainha
paroquiacaldasdarainha@gmail.com
Artigo de opinião publicado na Gazeta das Caldas na edição nº 5287
Sexta-feira, 19 de Julho de 2019
Fonte: https://gazetacaldas.com/opiniao/diakonia/